Em vermelho, meus comentários
com visão metafísica.
Convidado do Tas Ao Vivo, nesta quarta-feira (4), o
psicoterapeuta especialista em sexualidade Flávio Gikovate disse que homens
cafajestes não brocham. Segundo o autor 32 livros sobre o tema e médico de mais
de 9 mil pacientes, esse tipo de homem não vê a mulher com igualdade de gênero.
“O
cafajeste, o cara bem grosseiro, esse não brocha. Para eles, a mulher continua
inferior”, disse. “Eu costumo brincar que quando o cara brocha é um bom sinal,
porque ele é uma boa pessoa. Esse tipo de homem tem respeito pela emancipação
da mulher.
O brocha, desabrocha, o cafajeste não descafajesta”.
É difícil um cafajeste descafajestar, mas é possível,
principalmente quando se apaixona por uma mulher que não tem medo dele, que
consegue entender que ele não se envolve por incapacidade, por questões
pessoais mal resolvidas, não por maldade. Essa mulher, precisa ser lúcida, ter
excelente autoestima e saber que tem uma pessoa que precisa da sua ajuda e não
de críticas. Ela precisa saber que não existe problema algum com ela, precisa se
amar e saber que o amor transforma. A pessoa que ama a si mesma tem essa consciência.
Ela pode ajudar esse homem, ainda cafajeste e incapaz de dar amor (ninguém dá
que não tem), a aprender a se amar. Até esse ponto ela terá sentido prazer e
real satisfação, vindos da doação do seu amor.
E somente aí,
quando ela fez tudo por conhecer o que é o amor, por vontade de amar e não por
necessidade de receber amor, ela será amada por um ex-cafajeste. Esse amor
presente agora dessa forma em sua vida não será um prêmio especial. Essa mulher, um dia, recebeu um prêmio
especial, lá atrás... quando aprendeu a se amar.
Doutor
Gikovate esteve no programa de entrevistas de Marcelo Tas no Terra para falar
sobre seu mais recente livro, Sexualidade Sem Fronteira, que propõe acabar – ou
diminuir – os paradigmas sexuais. “Na minha cabeça temos que romper com todo
tipo de preconceito”, explicou. “E não pense que não há preconceito nos grupos
chamados minoritários. Tem que abrir a cabeça de todo mundo, mas também
respeitar a incompreensão desse mundo moderno”.
Segundo o
psicoterapeuta, ainda há pessoas que não entendem as rápidas mudanças do mundo
contemporâneo – como os idosos – e forçar novas tendências sociais em suas
experiências de mundo também não é correto.
"Os
próprios homossexuais mudaram muito. Eles viveram numa época voltada para
o sexo casual, o que na verdade pode ter sido o causador da proliferação da
AIDS. Hoje, estão falando em casamento e adoção. Todo o mundo muda. Aqui ele contradiz sua afirmação anterior “ O brocha,
desabrocha, o cafajeste não descafajesta”. Tem
que aceitar a heterogeneidade e que estamos em um mundo em transição",
acrescentou.
Desde 2007 apresentando o
programa No Divã do Gikovate, aos domingos
na rádio CBN, o médico apontou o “ficar” como o principal responsável pelo
fortalecimento da mulher e o relaxamento do homem em seus papeis sociais.
“É um
fenômeno percebido há pelo menos 25 anos. Pela primeira vez homens e mulheres
da mesma idade e classe social puderam trocar caricias sem compromisso. Os
meninos, até então, iniciavam-se com prostitutas e mulheres de classe inferior.
As mulheres não se iniciavam, esperavam o homem ideal, normalmente um homem
mais velho e vivido”, disse. “Os meninos, então, tinham que se tornar pessoas
melhores e se virarem senão não tinha acesso as mulheres. Como agora eles têm
acesso fácil, não precisam de preocupar muito. E as mulheres se não se virarem
não vão ter nada do homens.”
“A culpa
é como sempre dos movimentos, que acontecem e as pessoas não prestam atenção às
variáveis”, analisou.
Gikovate
também avaliou o aumento de 46% no número de divórcios na Brasil nos últimos
anos. Pare ele, as pessoas escolhem seus parceiros muito pelo prazer sexual e
não afinidade. “Antigamente era a família que escolhia os noivos e noivas.
Quando a pessoa começou a escolher seu próprio parceiro, o fator sexual virou
predominante e elas começaram a escolher pessoas muito diferentes, como se um
pudesse completar as fraquezas do outro”, contou.
“O
casamento não é para enfrentar as diversidades da vida. Hoje é para planejar a
vida juntos – a questão é a qualidade da convivência, de fazer coisas juntos,
se divertir; é afinidade”, explicou. “Mas afinidade é muito mais difícil de encontrar
do que prazer sexual”.
Respondendo
a pergunta de uma internauta, que disse que após o nascimento do primeiro filho
o tesão acabou, o médico disse que “o casamento não é o melhor lugar pra uma
vida sexual exuberante”. “A começar por dormir junto. Você chega cansado e sabe
que pode deixar para depois, para outro dia, e a casa fica com cara maternal.
Quando dois amantes se encontram em um motel às 15h, eles sabem que tem que ser
ali e agora porque depois não vai ter mais”, contou.
“Os
casais precisam reinventar um clima erótico”, aconselhou. “O erótico nem sempre
acompanha o romance. A ternura compete com o tesão. Vocês precisam sair da
rotina, ir ao motel, viajar sem os filhos, apimentar um pouco o vestuário.”
Os casais não
precisam reinventar o erótico, mas sim perceber que se ele não existe naturalmente
exuberante no casamento ou numa relação estável, é porque eles o deixaram de
lado.
Devido a
questões pessoais e emocionais mal resolvidas, as pessoas separam sexo de
carinho, ternura e amor. O amor potencializa o sexo e isso é um risco. O sexo
potencializa o amor e isso é um risco ainda maior!
As pessoas
tem medo de se perder de amor. Elas conhecem muito pouco sobre ele e o temem.
Ninguém se perde no amor, o que ocorre é o contrário, a pessoa aprende a amar
(primeiro a si mesma) e então se encontra. Encontra a si, a sua verdade!
O bom sexo começa dentro de cada um de nós,
não no local onde estamos ou na roupa que vestimos. Podemos e devemos apimentá-lo.
Com a nossa coragem de não o separarmos do amor.
O
relacionamento estável é nossa maior oportunidade de viver o amor e o melhor e
mais exuberante sexo, quer seja em casa, no motel, hotel ou barraca igluzinho....
Perguntado
por um internauta por que a bissexualidade aumentou, o psicoterapeuta disse que
não sabe responder se isso realmente é um fato. “Não sei dizer se está
aumentando ou ficando mais visível. Hoje, as redes sociais e a internet
possibilitaram a liberdade e a coragem das pessoas em falar abertamente. As
pessoas falam e praticam, a novidade é sair do armário. A gente ouve falar
mais, principalmente em mulheres. Os homens também tem suas subversões, como se
relacionar com travestis – e isso é porque há a procura, a curiosidade. Isso
tudo cria um clima de liberalidade, sexualidade sem fronteira”, disse.
O médico
também disse que não sabe avaliar o impacto da pornografia na sexualidade
contemporânea. “Ao mesmo tempo em que liberou muita coisa, está trazendo de
volta alguns preconceitos. A questão do homem aflito com o tamanho do pênis é
uma delas, há uma valorização péssima disso. O orgasmo vaginal – que só
acontece atrás da estimulação clitoriana – também. Como as mulheres não sentem,
elas fingem. Essas coisas afastam muito mais do que aproxima sobre o que é a
vida sexual. Por outro lado, a pornografia liberou muita coisa, como a carícia
entre mulheres”, explicou.